Localizada nas areias do deserto do Negev, no sul de Israel, uma torre solar impressiona por suas dimensões e efeitos visuais. Com 250 metros de altura, a estrutura se compara a um prédio de 50 andares e é capaz de produzir energia para milhares de pessoas. Inaugurado em 2019, o complexo de Ashalim é uma das estruturas mais altas de Israel e ficou conhecida como “Olho de Sauron”, apelido inspirado na saga Senhor dos Anéis, devido ao seu tamanho e, principalmente, seu brilho intenso.
Atualmente, a torre de Ashalim é a mais alta do mundo em um projeto de energia solar térmica concentrada (Concentrating Solar Power), sendo composta por milhares de painéis solares. A estrutura é envolvida por 50.600 espelhos controlados por computadores e distribuídos por uma área de 3 km². Os espelhos acompanham a movimentação do sol, fazendo com que a luz solar reflita sobre uma caldeira, localizada no alto de uma torre, durante o maior período possível do dia.
Além de suas proporções gigantescas, seus efeitos visuais impressionam. A torre solar é tão brilhante que olhar diretamente para ela pode representar um perigoso para a visão. Mas é difícil não vê-la: seus quase 245 metros de comprimento chamam a atenção e a tornam visível de qualquer parte da cidade, e até mesmo do espaço.
Os custos envolvidos na construção giram em torno de 570 milhões de dólares. A obra faz parte de um grande projeto chamado Megalim, uma parceria entre a General Electric (GE) e a BrightSource, empresa americana de energia solar que também construiu a usina de Ivanpah. O Noy, fundo israelense, é quem investe na infraestrutura do projeto em conjunto com o maior banco do país, Hapoalim. O projeto também inclui mais duas obras: uma usina com tecnologia fotovoltaica para produzir mais energia e um espaço para armazenamento de energia solar durante a noite. Juntos, os três projetos solares vão gerar cerca de 310 MW, que corresponde a 2% das necessidades de Israel.
Apesar de ser uma fonte de energia limpa, uma matéria divulgada pelo The New York Times revelou que esse incrível gerador também tem sido alvo de polêmica e críticas, justamente por conta dos custos da obra, além dos atrasos e do fato de muitos especialistas considerarem sua tecnologia obsoleta. Ela se baseia na luz solar que é refletida e aquece a água e a transforma em vapor. As nuvens de vapor, por sua vez, são canalizadas para o nível do solo, girando as turbinas para gerar eletricidade.
Segundo a reportagem, a torre solar também foi alvo de suspeitas e até mesmo boatos mentirosos, como o de que a luz refletida causasse câncer ou de que a estrutura fosse facilmente explodir.
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